Furto de cabos da rede interrompeu o abastecimento no depósito de alimentos destinados às merendas da rede Municipal

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Por Victoria Fonseca
victoria.fonseca@diariopopular.com.br
(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)

No mesmo dia que pode ter sido considerado um dos mais quentes deste verão até agora em Pelotas, esta segunda-feira (13), também completou uma semana que o Departamento de Alimentação Escolar da Secretaria de Educação (Smed) estava sem energia elétrica. Faltando dez dias para a volta às aulas, cerca de sete mil toneladas de carnes tiveram que ser armazenadas em uma empresa vizinha ao local devido ao furto de cabos da rede. As proteínas são de merendas de creches e escolas do Município.

Com os termômetros marcando 39 graus no início da tarde, ao chegar na rua Prof. Dr. Araújo, 1.782, na frente da sede do Departamento de Alimentação Escolar, era possível notar que do outro lado da rua havia uma fila de homens sentados no meio fio da calçada se abrigando do sol. Eram profissionais que trabalham no setor da Smed e estavam tentando "fugir" um pouco do intenso calor que fazia dentro do depósito.

Um funcionário, que preferiu não ser identificado, relata que algumas entregas de alimentos não perecíveis ainda estão sendo efetuadas e, por ISS, o desconforto causado pelas altas temperaturas não era tão intenso, já que os momentos de deslocamento eram melhores do que ficar no local. "Para nós ainda está relativamente bom porque não deixamos de trabalhar, estamos trabalhando, mas fora isso todo mundo queria trabalhar melhor ali né, mas sem luz, sem energia…".

No entanto, outras pessoas do Departamento não possuem essa "vantagem" e precisam trabalhar o dia inteiro no calor sufocante do local sem ar-condicionado ou ventiladores.

Conservação de alimentos
Ao adentrar no grande depósito do Departamento, a primeira visão que chamava a atenção eram os diversos freezers, que deveriam estar refrigerando proteínas, mas que estavam com as tampas abertas. Para a conservação de sete toneladas de carnes armazenadas no depósito na semana passada, uma empresa vizinha cedeu um espaço de refrigeração, impedindo assim a perda dos alimentos que logo abastecerão as escolas. "Com essa solução conseguimos manter as carnes em ambiente adequado até a data de distribuição", afirma a secretária de educação Adriane Silveira.

O furto
Os furtos de cabos da rede elétrica têm sido registrados nos últimos dias em várias regiões do Município afetando o fornecimento de energia. Na última segunda-feira (6), o local atingido foi o Departamento de Alimentação Escolar. Segundo a Smed, os cabos de rede de um poste em frente ao prédio foram furtados. Desde então a energia elétrica do depósito ainda não foi restabelecida.

Providência
Segundo a secretária, assim que a situação foi identificada, um boletim de ocorrência foi efetuado. Adriane afirma que a demora para a resolução do problema se deve a trâmites legais para a obtenção dos insumos necessários.

Ainda de acordo com a gestora, a estimativa para que a situação seja normalizada é de sete dias úteis. A previsão leva em consideração as exigências de aquisição de materiais realizadas pelo serviço público, o tempo para levantamento de orçamentos, tramitação burocrática e execução do serviço necessário, além da correção da rede, de competência da CEEE equatorial, que após a colocação dos cabos no local precisa realizar a ligação da energia elétrica.

Ainda ontem, o material a ser utilizado foi retirado pela Smed no fornecedor, ação que finaliza o serviço de competência do poder público, conforme Adriane. "Estamos aguardando o serviço de ligação da energia elétrica, o qual foi solicitado também na data de hoje (ontem), com extrema urgência". O investimento necessário pelo Município para a compra foi de mais de R$ 3 mil.

Cobrança no Legislativo
Após uma reclamação, a situação chegou na Câmara de Vereadores, sendo abordada pelo vereador Michel Promove (PP), que cobrou uma solução mais rápida possível da Smed. O parlamentar ressalta que problemas como a falta de energia elétrica podem ocorrer em qualquer lugar, no entanto, a secretaria teria que solucionar o mais rápido possível por conta do início do ano letivo. "Na rede pública de ensino tem lugares em que a merenda escolar é a única refeição garantida. Cobramos solução para que não aconteça de na volta às aulas não ter merenda escolar", afirma.