Umidade do ar em Pelotas chegou a 30% ontem e Inmet alerta para condições que favorecem surgimento de focos

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Por Vitória de Góes
vitoria.goes@diariopopular.com

As altas temperaturas registradas nos últimos dias na Zona Sul do Estado têm trazido não somente riscos à saúde, mas elevado as possibilidades de incêndio na região. Segundo monitoramento realizado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ontem as estações em Santa Vitória do Palmar, Rio Grande, Canguçu e Jaguarão indicavam um alto risco de inflamabilidade nesses locais.

A estação entre Capão do Leão e Pelotas também vem apresentando prognósticos semelhantes desde o início do mês. Em uma escala de risco que vai de 300 a 4.000, os municípios têm registrado um grau de 600 a 1.000, o que significa médio a elevado risco.

Essas condições são influenciadas pela falta de chuvas unidas às temperaturas elevadas e à umidade baixa do ar (principalmente abaixo dos 30%). Dessa forma, pequenos gatilhos como um toco de cigarro mal apagado já podem provocar incêndio em uma vegetação.

A meteorologista Andrea Ramos, do Inmet, explica que desde o dia 6 de fevereiro a região sul do Estado está em momento de elevações de temperatura que representam perigo. "Não significa que vai haver incêndio, mas que há uma probabilidade grande e é preciso redobrar a atenção nessas localidades", explica.

Ela ainda detalha que essa situação de calor e estiagem é resultado do fenômeno La Ninã, que ocasiona secas na parte sul do País e grandes volumes de chuva na região norte.

Registros de incêndio

Desde o início do mês, pelo menos dois incêndios de grandes proporções já foram registrados na Zona Sul. Em Rio Grande, na entrada da Ilha do Leonídio, cerca de quatro hectares pegaram fogo durante cinco horas. Já em Pedras Altas, em uma área de pecuária, as chamas mobilizaram a Brigada Militar, o Corpo de Bombeiros e a comunidade por quase 15 horas. A situação deixou os produtores rurais em alerta.

Chuva à vista

De acordo com o Inmet, a partir de hoje há possibilidade de chuva para a Zona Sul. O desenvolvimento de um sistema frontal pode trazer um pouco mais de alívio para os municípios que sofrem com a estiagem, mas pode vir em forma de temporal. Há probabilidade de granizo e altos acumulados de chuva em um curto período de tempo, além de ventos intensos entre 60 a 100 km/h.